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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

ROMANCE REGIONALISTA






O romance regional surge na primeira metade do século XIX com a intenção de revelar paisagens e costumes pouco retratados nos antigas obras românticas. Os romances passam a exaltar agora aspectos específicos de cada região, revelando assim um lado exótico do país. Esses textos retratam o território nacional e dão ênfase aos grandiosos cenários típicos do interior do Brasil, construindo assim uma nova imagem da pátria.



Ainda recentemente independente, o Brasil procura definir a identidade de sua nação através de mitos que retomam e valorizam sua história. Para isso, cria-se uma personagem de valores dignos e heróicos promovendo ao público leitor o sentimento de amor à pátria. Tomando lugar do índio, o sertanejo passa a ser o símbolo do homem brasileiro mais utilizado pelos principais autores da época: José de Alencar, Alfredo d’Escaragnolle Taunay, Franklin Távora e Bernardo Guimarães. É importante ressaltar que mesmo o interior do Brasil não sofrendo tanta influência européia como os centros, as histórias continuam com elementos característicos da literatura romântica, baseadas no modelo europeu.

As obras são destinadas, como no período anterior, a classe média dos centros urbanos e são publicadas através de jornais em pequenos encartes conhecidos na época como folhetins. Com o tempo, o público começa a se interessar por esses romances, o que estimula a publicação de livros, favorecendo o desenvolvimento da cultura livresca.

Diálogos com a poesia Romântica



               







Podem-se apontar, no amplo e diversificado movimento romântico, algumas tendências básicas:




•a exaltação dos sentimentos pessoais, muitas vezes até autopiedade




•exaltação de seu “eu” - subjetivismo



•a expressão dos estados da alma, das paixões e emoções, da fé, dos ideais religiosos



•apóiam-se em valores nacionais e populares



•desejo de liberdade, de igualdade e de reformas sociais; e a valorização da Natureza, que é vista como exemplo de manifestação do poder de Deus e como refúgio acolhedor para o homem que foge dos vícios e corrupções da vida em sociedade



•em alguns casos, fuga da realidade através da arte (direção histórica e nacionalista ou direção idílica e saudosista)





A linguagem sofreu transformações: em lugar da bem cuidada sintaxe clássica e das composições de metro fixo, os românticos preferiram uma linguagem mais coloquial, comunicativa e simples, criando ritmos novos e variando as formas métricas. Essa liberdade de expressão é uma das características típicas do Romantismo e constitui um aspecto importante para a evolução da literatura ocidental. O espírito de renovação lingüística é uma contribuição importante do Romantismo e foi retomado, no século XX, pelos modernistas.



Na poesia, distinguem-se três fases, as chamadas Gerações Românticas:



Gerações: Nomes  dos  Principais poetas e temas

1ª Geração Nacionalista ou Indianista Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto-Alegre Exaltação da natureza, excesso de sentimentalismo, amor indianista, ufanismo (exaltação da pátria)

2ª Geração Ultra-Romântica ou Mal do Século Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela Egocentrismo, sentimentalismo exagerado, morte, tristeza, solidão, tédio, melancolia, subjetivismo, idealização da mulher.

3ª Geração Condoreira ou Social Castro Alves, Sousândrade, Tobias Barreto Sentimentos liberais e abolicionistas
•Indianismo - uma das formas mais significativas do nacionalismo romântico. O índio é um ser idealizado (nobre, valoroso, fiel), apesar disso demonstra a valorização das origens da nacionalidade.
•Mal do Século - voltando-se inteiramente para dentro de si mesmos, esses poetas expressaram em seus versos pessimistas um profundo desencanto pela vida. Muitos marcados pela tuberculose, mal que deu nome à fase
•Condoreirismo - poesia social e libertária que reflete as lutas internas da Segunda metade do reinado de D. Pedro II.

Castro Alves





Ficheiro:CastroAlves.jpgAntônio Frederico de Castro Alves (Curralinho, 14 de março de 1847 — Salvador, 6 de julho de 1871) foi um poeta brasileiro.[1]




Nasceu na fazenda Cabaceiras,[1] a sete léguas (42 km) da vila de Nossa Senhora da Conceição de "Curralinho", hoje Castro Alves, no estado da Bahia.



Suas poesias mais conhecidas são marcadas pelo combate à escravidão, motivo pelo qual é conhecido como "Poeta dos Escravos". Foi o nosso mais inspirado poeta condoreiro.



Obras/Poesia


Espumas Flutuantes, 1870

A Cachoeira de Paulo Afonso, 1876

Os Escravos, 1883

Hinos do Equador, em edição de suas Obras Completas (1921)

Tragédia no Mar

O Navio Negreiro

Teatro

Gonzaga ou a Revolução de Minas, 1875

Condoreirismo

Condoreirismo ou condorismo se refere a uma escola literária da poesia brasileira, a terceira fase romântica, marcada pela temática social e a defesa de idéias igualitárias.

As décadas de 60 e 70 do século XIX representam para a poesia brasileira um período de transição. Ao mesmo tempo que muitos dos procedimentos da primeira e da segunda geração são mantidos, novidades de forma e de conteúdo dão origem à terceira geração da poesia romântica, mais voltada para os problemas sociais e com uma nova forma de tratar o tema amoroso.



Fugindo um pouco do egocentrismo dos ultrarromânticos, os condoreiros desenvolveram uma poesia social, comprometidos com a causa abolicionista e republicana. Em geral são poemas de tom grandiloquente, próximos da oratória, cuja finalidade é convencer o leitor-ouvinte e conquistá-lo para a causa defendida.



O nome da corrente, condoreirismo, associa-se ao condor ou outras aves, como a águia, o falcão e o albatroz, que foram tomadas como símbolo dessa geração de poetas com preocupações sociais. Identificando-se com o condor, ave de vôo alto e solitário, com capacidade de enxergar a grande distância, os poetas condoreiros supunham ser eles também dotados dessa capacidade e, por isso, tinham o compromisso, como poetas-gênios iluminados por Deus, de orientar os homens comuns para os caminhos da justiça e da liberdade.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

ULTRA-ROMANTISMO











Muita gente sente às vezes uma certa tristeza e não sabe bem de onde ela vem. Você mesmo pode já ter se sentido isso. É um sentimento de desajuste em relação ao mundo, que provoca dor e aflição. Agora imagine isso ao extremo (bem ao gosto romântico). Some melancolia e soli

dão que você terá uma “doença” sentimental que era muito comum entre os autores românticos e que era conhecida no século XIX como mal-do-século.







Esta era a principal característica do ultra-romantismo.
Por extensão, ultra-romantismo é como chamamos a fase em que os poetas românticos viviam e escreviam tudo em excesso. O amor, o sofrimento, a dor, a saudade... Esses e outros sentimentos eram descritos com bastante exagero.
Byron, Musset, Shelley e Goethe são alguns dos poetas ultra-românticos europeus. No Brasil, Álvares de Azevedo é o principal exemplo, assim como Fagundes Varela, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire.
Para completar o quadro, além do desejo da solidão, havia também o da evasão. Sabe quando você está triste e não quer ver ninguém... Ou então está de saco cheio do mundo e quer mudar de cidade, de país ou até de planeta! Às vezes chega até a sonhar em voltar ao passado... Os poetas românticos faziam muito isso, chegando até a admirar e desejar a morte como solução. É o que chamamos de fuga.







A vida desses escritores muitas vezes era exagerada como os seus poemas e livros. Muitos deles questionavam o excesso de regras da moral religiosa, assim como os costumes sociais de sua época.

O exemplo típico de escritor romântico é aquele que freqüenta bares, passa as noites em claro e... Sofre de tuberculose. Isso mesmo! Essa doença era muito comum
na época, e vários escritores sofriam dela. Ela tornava-os ainda mais próximos da morte...









terça-feira, 3 de maio de 2011

Características das 3 gerações





O romantismo seria dividido em 3 gerações:

• 1ºgeração — As características centrais do romantismo viriam a ser o lirismo, o subjetivismo, o sonho de um lado, o exagero, a busca pelo exótico e pelo inóspito de outro. Também destacam-se o nacionalismo, presente da colectânea de textos e documentos de caráter fundacional e que remetam para o nascimento de uma nação, fato atribuído à época medieval, a idealização do mundo e da mulher e a depressão por essa mesma idealização não se materializar, assim como a fuga da realidade e o escapismo. A mulher era uma musa, ela era amada e desejada mas não era tocada.
A primeira geração (nacionalista–indianista) era voltada para a natureza, o regresso ao passado histórico e ao medievalismo. Cria um herói nacional na figura do índio, de onde surgiu a denominação de geração indianista. O sentimentalismo e a religiosidade são outras características presentes. Entre os principais autores podemos destacar Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto Alegre. Gonçalves de Magalhães foi o introdutor do Romantismo no Brasil. Obras: Suspiros Poéticos e Saudades. Gonçalves Dias foi o mais significativo poeta romântico brasileiro. Obras: Canção do exílio, I-Juca-Pirama. Araújo Porto Alegre fundou com os outros dois a Revista Niterói-Brasiliense


Entre as principais características da primeira geração romântica no Brasil estão: o nacionalismo ufanista, o indianismo, o subjetivismo, a religiosidade, o brasileirismo (linguagem), a evasão do tempo e espaço, o egocentrismo, o individualismo, o sofrimento amoroso, a exaltação da liberdade, a expressão de estados de alma, emoções e sentimentalismo.


• 2ºgeração — Eventualmente também serão notados o pessimismo e um certo gosto pela morte, religiosidade e naturalismo. A mulher era alcançada mas a felicidade não era atingida.
A segunda geração, também conhecida como Byroniana e Ultra-Romantismo, recebeu a denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão.

Entre seus principais autores estão Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire e Pedro de Calasans. Álvares de Azevedo fazia parte da sociedade epicuréia destinada a repetir no Brasil a existência boêmia de Byron. Obras: Pálida à Luz, Soneto, Lembranças de Morrer, Noite na Taverna. Casimiro de Abreu escreveu As Primaveras, Poesia e amor, etc. Fagundes Varela, embora byroniano, já tinha em sua poesia algumas características da terceira geração do romantismo. Junqueira Freire, com estilo dividido entre a homossexualidade e a heterossexualidade, demonstrava as idiossincrasias da religião católica do século XIX.

Já as principais características da segunda geração foram o profundo subjetivismo, o egocentrismo, o individualismo, a evasão na morte, o saudosismo (lamentação) em Casimiro de Abreu, por exemplo, o pessimismo, o sentimento de angústia, o sofrimento amoroso, o desespero, o satanismo e a fuga da realidade.
Por fim há a terceira geração, conhecida também como geração Condoreira, simbolizada pelo Condor, uma ave que costuma construir seu ninho em lugares muito altos e tem visão ampla sobre todas as coisas, ou Hugoniana, referente ao escritor francês Victor Hugo, grande pensador do social e influenciador dessa geração.


Os destaques desta geração foram Castro Alves, Sousândrade e Tobias Barreto. Castro Alves, denominado "Poeta dos Escravos", o mais expressivo representante dessa geração com obras como Espumas Flutuantes e Navio Negreiro. Sousândrade não foi um poeta muito influente, mas tem uma pequena importância pelo descritivismo de suas obras. Tobias Barreto é famoso pelos seus poemas românticos.

As principais características são o erotismo, a mulher vista com virtudes e pecados, o abolicionismo, a visão ampla e conhecimento sobre todas as coisas, a realidade social e a negação do amor platônico, com a mulher podendo ser tocada e amada.

Essas três gerações citadas acima, apenas se aplicam para a poesia romântica, pois a prosa no Brasil, não foi marcada por gerações, e sim por estilos de textos - indianista, urbano ou regional - que aconteceram todos simultaneamente.

No país, entretanto, o romantismo perdurará até à década de 1880. Com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, por Machado de Assis, em 1881, ocorre formalmente a passagem para o período realista.



• 3ºgeração — Por fim há a terceira geração, conhecida também como geração Condoreira, simbolizada pelo Condor, uma ave que costuma construir seu ninho em lugares muito altos e tem visão ampla sobre todas as coisas, ou Hugoniana, referente ao escritor francês Victor Hugo, grande pensador do social e influenciador dessa geração.


Os destaques desta geração foram Castro Alves, Sousândrade e Tobias Barreto. Castro Alves, denominado "Poeta dos Escravos", o mais expressivo representante dessa geração com obras como Espumas Flutuantes e Navio Negreiro. Sousândrade não foi um poeta muito influente, mas tem uma pequena importância pelo descritivismo de suas obras. Tobias Barreto é famoso pelos seus poemas românticos.

As principais características são o erotismo, a mulher vista com virtudes e pecados, o abolicionismo, a visão ampla e conhecimento sobre todas as coisas, a realidade social e a negação do amor platônico, com a mulher podendo ser tocada e amada.

Essas três gerações citadas acima, apenas se aplicam para a poesia romântica, pois a prosa no Brasil, não foi marcada por gerações, e sim por estilos de textos - indianista, urbano ou regional - que aconteceram todos simultaneamente

Seria a fase de transição para outra corrente literária, o realismo, a qual denuncia os vícios e males da sociedade, mesmo que o faça de forma enfatizada e irónica (vide Eça de Queiróz), com o intuito de pôr a descoberto realidades desconhecidas que revelam fragilidades. A mulher era idealizada e acessível.









Romantismo em Portugal



O Romantismo em Portugal surgiu no século XIX. Nas artes plásticas o Romantismo é normalmente encarado como um movimento oposto ao Neoclassicismo, por ser uma reacção à excessiva racionalidade clássica, negando os princípios de harmonia, ordem e proporção. A questão é, no entanto, um pouco mais complexa, porque ambos se completam e revelam ser as duas fases de um mesmo objecto. É obvio que existem elementos díspares ou mesmo opostos, como sentimento e razão ou o indivíduo versus o todo, mas essas diferenças complementam-se, principalmente nas artes plásticas, porque o movimento neoclássico já é uma atitude romântica ao virar-se para o passado. Quer dizer, o todo só faz sentido com o indivíduo, tal como a razão é inseparável do sentimento, não se podendo por a tónica em nenhuma porque estão interligadas. Nesse sentido o Romantismo surge nas artes quase naturalmente quando os artistas se apercebem da impossibilidade de negar certos aspectos da criatividade humana. Pode, então, ser caracterizado como um apelo ao individualismo, exaltando o sentimento, a emoção e a genialidade
 


Como coincide com uma época de grandes modificações sociais, políticas e económicas, assume forte carga ideológica, sustentada pelo surgimento dos movimentos de carácter nacionalista, como a guerra de independência da Grécia. A revolução industrial, e todos os problemas que a caracterizam, também influenciam esta época. O Romantismo utiliza as inovações técnicas e torna-se uma verdadeira fuga ao real, como se pode ver nos revivalismos, orientalismos e jardins à inglesa, um pouco por toda a Europa. Tal como o Neoclassicismo vira-se para o passado, mas agora valorizando a Idade Média e os estilos artísticos que a caracterizam, utilizando-os como reflexo dos nacionalismos emergentes – Portugal elege o Neomanuelino estilo nacional. O desenvolvimento da história como importante disciplina académica e a moda dos romances de cavalaria, desenrolando-se numa Idade Média idílica, ajudam a popularizar os historicismos medievais.