INTERTEXTUALIDADE E INTERDISCURSIVIDADE
Não há, portanto, discurso que não se relacione com outros. Num processo contínuo, um dizer aponta para outros dizeres _ “já-ditos” _ que o sustentam, assim como para dizeres futuros. Não há dessa forma, começo absoluto nem ponto final para os discursos.
Desse modo, para se interpretar um texto, devem-se considerar algumas questões: em que condições sócio-históricas um discurso “x” já se manifestou? Quem o produziu? A quem ou a que se refere?
.Intertextualidade , é um processo alusivo às diferentes relações que um texto mantém com outros textos. Já a interdiscursividade diz respeito às relações que o texto mantém com sua exterioridade, entendida como condições de produção do discurso.A intertextualidade aponta para uma origem que se pode identificar (como nos casos de paródias, paráfrases, etc.); a interdiscursividade, ao contrário, faz alusão a dizeres, outros discursos, os quais se encontram dispersos e cuja origem não pode ser identificada. Nas paródias e paráfrases (e processos semelhantes de retomada), os dizeres são facilmente identificáveis. Quando se trata da interdiscursividade, diferentemente, as marcas da sua procedência são “apagadas”, ou seja, não é possível identificar com precisão a origem do texto.
(In: PEREIRA, Aracy Ernst e FUNK, Susana (orgs). A leitura e a escrita como práticas discursivas. Pelotas: Educat)
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