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sábado, 18 de setembro de 2010

Quinhentismo




O Quinhentismo, fase da literatura brasileira do século XVI, tem este nome pelo fato das manifestações literárias se iniciarem no ano de 1.500, época da colonização portuguesa no Brasil. A literatura brasileira, na verdade, ainda não tinha sua identidade, a qual foi sendo formada sob a influência da literatura portuguesa e européia em geral. Logo, não havia produção literária ligada diretamente ao povo brasileiro, mas sim obras no Brasil que davam significação aos europeus. No entanto, com o passar dos anos, as literaturas informativa e dos jesuítas, foi dando lugar a denotações da visão dos artistas brasileiros.





Na época da colonização brasileira, a Europa vivia seu apogeu no Renascimento, o comércio se despontava, enquanto o êxodo rural provocava um surto de urbanização. Enquanto o homem europeu se dividia entre a conquista material e a espiritual (Contra-Reforma), o cidadão brasileiro encontrava no quinhentismo semelhante dicotomia: a literatura informativa, que se voltava para assuntos de natureza material (ouro, prata, ferro, madeira) feita através de cartas dos viajantes ou dos cronistas e a literatura dos jesuítas, que tentavam inserir a catequese. 
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A carta de Pero Vaz de Caminha traz a referida dicotomia claramente expressa, pois valoriza as conquistas e aventuras marítimas (literatura informativa) ao mesmo tempo que a expansão do cristianismo (literatura jesuíta).
A literatura dos jesuítas tinha como objetivo principal o da catequese. Este trabalho de catequizar norteou as produções literárias na poesia de devoção e no teatro inspirado nas passagens bíblica.









José de Anchieta é o principal autor jesuíta da época do Quinhentismo, viveu entre os índios, pelos quais era chamado de piahy, que significa “supremo pajé branco”. Foi o autor da primeira gramática do tupi-guarani e também de várias poesias de devoção.
    

quarta-feira, 18 de agosto de 2010




A Farsa de Inês Pereira "Mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube"




A Farsa de Inês Pereira é considerada a mais complexa peça de Gil Vicente. Ao apresentá-la, o teatrólogo português diz: "A seguinte farsa de folgar foi representada ao muito alto e mui poderoso rei D. João, o terceiro do nome em Portugal, no seu Convento de Tomar, na era do Senhor 1523. O seu argumento é que, porquanto duvidavam certos homens de bom saber, se o Autor fazia de si mesmo estas obras, ou se as furtava de outros autores, lhe deram este tema sobre que fizesse: é um exemplo comum que dizem: Mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube.

E sobre este motivo se fez esta farsa."

A obra pode ser dividida em cinco partes: a primeira é um retrato da rotina na qual se insere a protagonista; a segunda reflete a situação da mulher na sociedade da época, cujos registros são dados pela mãe de Inês, pela própria Inês e por Lianor Vaz; a terceira mostra o comércio casamenteiro, representado pelos judeus comerciantes e pelo arranjo matrimonial-mercantil de Inês com Brás da Mata; a quarta considera o casamento, o despertar para a realidade, contrapondo-a ao sonho que embalava as fantasias da protagonista e, finalmente, a quinta parte reflete a realidade brutal da qual Inês, experiente e vivida, procura tirar proveito próprio. A peça apresenta uma situação concreta, com uma personagem bem delineada psicologicamente e um fio condutor melhor configurado que as produções anteriores de Gil Vicente.

O enredo é simples: uma jovem sonhadora procura, por meio de um casamento com homem ioavisado que saiba tanger violala, fugir à rotina doméstica. Despreza a proposta de Pero Marques, filho de um camponês rico, homem tolo e ingênuo, e aceita se casar com Brás da Mata, escudeiro pelintra e pobretão. No entanto, os sonhos da heroína são logo desfeitos, porque o marido revela sua verdadeira personalidade, maltratando-a e explorando-a. Brás da Mata vai para a África e lá vem a falecer. Inês, ensinada pela dura experiência, toma consciência da realidade e aceita se casar com Pero Marques, seu primeiro pretendente. Depressa também a jovem aceita a corte de um falso ermitão. A farsa termina com o marido (cantado por ela como cuco, gamo e cervo, tradicionalmente concebidos como símbolos do homem traído) levando-a às costas (asno que me carregue) até a gruta em que vive o ermitão, para um encontro nada ingênuo.A temática da peça está profundamente ligada à realidade vivida pela sociedade portuguesa da época de Gil Vicente: o desejo de ascensão social da pequena burguesia, que vê no casamento numa forma de consegui-la, o oportunismo, o desprezo pela vida camponesa e o prestígio das maneiras cortesãs, a ignorância do rústico, embora rico camponês e sua ingenuidade, a falta de escrúpulos (núcleo da peça). O desenvolvimento do capitalismo reforçou o poder do monarca e provocou a decadência da nobreza feudal. A riqueza vinda do comércio ultramarino tendia a ser grande base do prestígio social. A aristocracia dependia dessa riqueza e procurou diminuir sua importância desprezando-a e valorizando a origem de sangue, a educação, a fineza, as boas maneiras, a honra e a coragem, enfim os ideais cavaleirescos. E como a nobreza mesmo decadente, ainda conservava grande prestígio social, acabou por impor o estereótipo do cavaleiro como modelo a que deviam aspirar todos aqueles que queriam pertencer à classe superior. A burguesia (comércio e finanças) procurou imitar esse figurino com desejo de ascensão social. Passaram então a imitar os nobres sonhando subir na escala social, mas isso tornou-se cômico e ridículo. É mais ou menos o que acontece em Inês Pereira. Inês, jovem cansada de trabalhar, quer casar. Lianor Vaz lhe arranja um noivo, Pêro Marques, que ela recusa por ser falastrão (quer um marido discreto, mesmo que pobre). Então Latão e Vidal, dois judeus casamenteiros, lhe arranjam o escudeiro Brás da Mata, com quem se casa. Brás é caloteiro e nunca paga seu moço, Fernando. Logo após o casamento Brás vai para o Norte da África tornar-se cavaleiro, mas é morto por um pastor mouro ao fugir da batalha. Livre deste casamento Inês se casa com Pêro Marques.







↑ ↓ Capitães de Areia

Bahia de Todos os Santos, 1950. Um bando de meninos abandonados incomoda a sociedade. São chamados “Capitães da Areia”, porque o cais é o seu quartel general.
Pedro Bala, o temido líder dos Capitães da Areia, é caçado como o pior dos bandidos, mas, na verdade não passa de um adolescente livre nas ruas. Ele é o herói de quase uma centena de meninos, que juntos vivem incríveis aventuras: planejam de pequenos furtos a assaltos a ricas mansões, trapaceiam os marujos em mesas de jogatina e jogam olho comprido sobre os fartos decotes das mulatas. Dormem em um trapiche abandonado e vivem em feiras populares e festas de rua, atrás de comida e divertimento. Às vezes explodem, gritam de raiva, perdem a cabeça, mas resistem bravamente aos piores obstáculos.Quando uma epidemia de varíola invade a cidade, os Capitães da Areia se deparam com o conflito da morte, têm que tomar decisões de adulto, decisões impossíveis para a cabeça dessas crianças. Enquanto isso, nos bairros populares, a epidemia destrói famílias, fazendo novos órfãos. Dora, de apenas 13 anos, perdeu pai e mãe, e se vê só nas ruas de Salvador. Mas quis o destino que os Capitães da Areia cruzassem o seu caminho.O bando nunca teve uma figura feminina e a chegada de Dora vem mexer com a vida dos Capitães. Pedro Bala logo se apaixona por ela. Professor, braço direito de Bala, mais tímido e inexperiente, apenas sonha com sua pele macia, com seus seios que despontam, seu jeito de que vai virar mulher a qualquer instante. O triangulo amoroso torna-se inevitável, os três estão mais adolescentes do que nunca, como adolescentes descobrem o amor.

↑ ↓ Decamerão

As novelas do Decamerão, que compõem a obra-prima de Boccaccio, formam um conjunto de cem novelas, cujo resumo traz-se neste verbete. Para a análise da obra, e sua crítica, veja o verbete Decamerão.
A Primeira Jornada começa por uma descrição dos efeitos da peste negra nas cidades, e assim justifica a razão para o encontro casual, em pleno campo, dos dez jovens de Florença, que darão voz às histórias.
Eles se dirigem para um local, a duas milhas da cidade, onde encontram um palácio curiosamente vazio e arrumado, dotado de excelente adega. Ali será o palco de o Decamerão.
Eleita Pampinéia para dirigí-los na primeira noite de histórias, esta principia dando ordens aos criados de cada um, dividindo as tarefas para o bom andamento das jornadas.O "papel" principal de cada Rei ou Rainha é o de determinar a temática das histórias a serem narradas




 ↑ ↓ Dom Quixote Dom Quixote de la Mancha

A história de D. Quixote se passa em uma pequena aldeia da Espanha, na província da Mancha. Trata-se de um ingênuo senhor cinqüentão, que vivia na zona rural. Tinha nome nobre, porém, poucas posses. Vivia em um velho casarão, com uma jovem sobrinha, uma governanta e um rapaz que cuidava da fazenda. A casa, além de uma extensa biblioteca, sendo os livros, a maioria de cavalaria, era toda ornamentada com escudos e lanças antigos, o que talvez tenha sido elementos fundamentais que levaram o personagem principal a enfrentar sérios problemas.
O nome verdadeiro era dom Alonso Quixano. A maior parte do tempo lia livros de cavalaria, que falavam de heróis, que saíam pelo mundo matando vilões e honrando suas amadas. Leu tanto que isso tornou-se uma obsessão, até o dia em que decidiu, ele mesmo, tornar-se um cavaleiro andante. Muda o nome para Dom Quixote de la Mancha, se veste com uma armadura e monta em um velho pangaré, batizado de Rocinante. A princípio, sai sozinho de casa. Seu plano era andar pelo mundo, desfazendo injustiças, salvando donzelas e combatendo gigantes e dragões. Como todos os cavaleiros tinham uma amada, para quem dedicava suas aventuras heróicas, D. Quixote não tinha, mas inventou uma. Lembrou-se que, anos atrás, estivera interessado em uma camponesa chamada Aldonça, que vivia na aldeia de Toboso. Era feia, desajeitada e analfabeta, mas o cavaleiro mudou seu nome para Dulcinéia del Toboso e passou a fantasiar que ela era mais bela que todas as damas e princesas dos livros. Passou por maus bocados, meteu-se em apuros, levou surras e voltou para casa todo dolorido para se recuperar, certo de que voltaria às aventuras. Quando voltou para casa a sobrinha, extremamente preocupada, com a insanidade do tio, uniu-se ao vigário e ao amigo Nicolau e queimaram todos os livros da biblioteca de D. Quixote e mandaram emparedar a porta com tijolos e reboques. Quando se recuperou foi à biblioteca e constatou que esta havia sumido. A governanta disse que o sumiço foi obra de um feiticeiro que lá esteve na sua ausência e ele acreditou. Aquietou-se por umas duas semanas, só passeando pelas redondezas. Num desses passeios conheceu um simplório lavrador, gorducho e baixinho, de nome Sancho Pança, que concordou em acompanhá-lo em suas andanças, como escudeiro, sob a promessa de D. Quixote de que, se um dia ganhasse de um rei, uma ilha como pagamento por seu heroísmo, o que era muito comum entre cavaleiros, daria a mesma de presente ao escudeiro para que este se tornasse governador da mesma. Numa noite, escondidos, deixaram a aldeia: o cavaleiro montado em Rocinante e Sancho num burrinho. Seguiram-se muitas e desastradas aventuras. Numa delas Sancho atribui uma nova alcunha ao amo: Cavaleiro da Triste Figura, pelo estado lamentável em que ficou o amo no último combate. Depois se auto-intitulou Cavaleiro dos Leões, por enfrentar um leão que encontrou junto à uma comitiva na estrada. O tratador se viu obrigado, diante da imposição de D. Quixote, a abrir a jaula. O leão não quis sair. Porém todos comprovaram que ele estava mesmo disposto a enfrentar a fera. Continuando as andanças D. Quixote vive sob a alucinação de que está realmente vivendo na época áurea da cavalaria, quando estas já não eram realidade da sua época. Vê pás de moinhos de vento e imagina que são gigantes com braços enormes, entre outros delírios. Vivem situações tão humilhantes quanto engraçadas. Viveu várias aventuras antes de retornar à Mancha. Numa delas quase foi esmagado, junto com Sancho, por uma enorme roda de um moinho d’água. Cismou que um barquinho sem remo, que se encontrava às margens do rio Ebro, era encantado e o levaria até uma fortaleza próxima, onde havia um valente cavaleiro, o qual ele iria libertar. Outra aventura hilária da dupla aconteceu quando uma duquesa os encontrou por acaso, às margens de um outro rio. Quando os mesmos se apresentaram ela os reconheceu. Lembrou-se de um livro que um anônimo escreveu sobre a história deles e que circulava por todas as feiras da Espanha. Ela teve a idéia de se divertir com as maluquices dos dois e disse-lhes que teria um enorme prazer em recebê-los como hóspedes em seu castelo. Apesar de estarem sendo enganados e sendo objetos de escárnio para o casal de duques e seus convidados, sem saber é claro, tiveram um tratamento que fazia jus ao papel que fantasiosamente se auto-atribuíram. Foram recebidos com festa e tratados com todas as honras e solenidades que eram narradas nos livros de cavalaria. Até uma ilha Sancho ganhou para governar. Entretanto, os duques, criados e convidados criaram tantas situações constrangedoras e difíceis que Sancho renunciou ao cargo de governador da ilha. Depois de tantas aventuras e desventuras D. Quixote resolveu voltar à Mancha, reuniu a sobrinha, empregados e amigos e, bastante debilitado, mesmo depois de um longo repouso e acompanhamento médico, acordou de um longo sono e anunciou que a loucura o havia deixado e voltou a ser Dom Alonso Quixano. Decidiu fazer seu testamento, pois sentia a morte aproximar-se. Deixou as terras para a sobrinha, uma quantia em dinheiro para a governanta e Sancho e, aos amigos, a lembrança de que, apesar da loucura, viveu cheio de dignidade e bondade. Assim morreu um herói que, na sua loucura, foi tão corajoso quanto os verdadeiros heróis da cavalaria, pois se propôs a tornar real sua fantasia.






↑ ↓ Nos tempos dos Cavaleiros da Távola Redonda

O rei Artur e seus cavaleiros da távola redonda é um conto clássico sobre um rei que viveu há muito tempo e que era amado pelo seu povo. Havia também os fiéis cavaleiros que foram conhecidos como os cavaleiros da távola redonda. O salão onde se realizavam suas reuniões tinha no centro, uma távola redonda onde somente os mais nobres deles se sentavam. Os cavaleiros que quisessem ter um assento nesta távola tinham que conquistar este assento, conseguido por meio de uma ação nobre. Um dos cavaleiros mais famosos da távola redonda era Sir Lancelot. Um cavaleiro hábil e forte, que embora fosse muito fiel ao rei amava a rainha. Há também, muitos outros cavaleiros bravos que empreenderam muitas proezas audazes apenas por causa de seu querido rei. Há também o personagem famoso Merlin o mágico, que também foi respeitado e amado por todos. O rei Artur tornou-se rei depois que conseguiu tirar a espada chamada Excalibur de dentro de uma pedra onde havia uma inscrição - “ aquele que conseguir tirar esta espada desta pedra será o rei de Inglaterra por direito.” De acordo com a história o jovem Artur com calma tirou fàcilmente a espada da pedra causando perplexidade a todos


↑ ↓ O Auto da Índia


O Auto da Índia é uma das peças de Gil Vicente e tem por tema uma das consequências das viagens dos descobrimentos: o adultério.
Constança, uma mulher com pouco amor pelo seu marido com quem está casada apenas por interesse, vendo-se sozinha enquanto o marido viaja para a Índia, entretêm-se com dois amantes, Juan de Zamora e Lemos.

Para manter a situação controlada conta com a cumplicidade, forçada, da sua empregada que bem tenta defender a moral do seu Senhor. Quando o marido regressa Constança faz o papel de mulher saudosa que está feliz com a chegada do seu amado marido, mas isto tudo só porque ele volta carregado de riquezas.

↑ ↓ Os Lusíadas Estrutura: 

Publicado em 1572, Os lusíadas é considerado o maior poema épico da língua portuguesa. Constituído de dez cantos. Canto é a maior unidade de composição da epopéia, estando para esse gênero como o capítulo está para o romance.Os lusíadas somam 1102 estrofes, em oitava-rima [ABABABCC]. Ao todo, são 8816 versos decassílabos.
Título:Lusíadas - significa 'Lusitanos', ou seja, são os próprios lusos, em sua alma como em sua ação.
Herói:
O herói de Os lusíadas não é Vasco da Gama, mas sim todo povo português [do qual Vasco da Gama é digno representante].
Tema:Camões cantará as conquistas de Portugal, as glórias dos navegadores, os reis do passado; em outras palavras, a história de Portugal.
Ação:a ação histórica- a viagem de Vasco da Gama, onde são também apresentados fatos importantes da história de Portugal;
a ação mitológica- a luta entre Vênus [protetora dos portugueses] e Baco [adversário desses navegantes].
Partes:
1ª parte - Proposição do assunto [canto I, estrofes 1, 2 e 3]
É a exposição do assunto do poema. O poeta declara que espalhará por toda parte a fama dos heróis lusitanos que fizeram a grande viagem de descobrimento da Índia; cantará, também, a glória de reis conquistadores de África e Ásia, para onde levaram a fé cristã.
As armas e os barões assinalados
Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Trapobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram.
2ª parte - Invocação às musas [ canto I, estrofes 4 e 5]
Camões dirige-se às Tágides, as ninfas do rio Tejo, pedindo inspiração para a poesia.
3ª parte - Dedicatória a Dom Sebastião [canto I, estrofes 6 a 18]Camões dedicou a sua epopéia a Dom Sebastião, rei de Portugal quando o poema foi publicado.
4ª parte - Narração da viagem de Vasco da Gama [ estrofes 19 a 1045]
Camões narra a viagem de Vasco da Gama às Índias. Em meio às peripécias da viagem, relata episódios importantes da história de Portugal.
A narrativa, que abrange a viagem de ida e a de volta, não segue a ordem linear, cronológica: quando se inicia esta parte, os navegantes já estão no meio do oceano, em plena viagem.
Episódios importantes:
Inês de Castro [canto III].
Velho do Restelo [canto IV].
Gigante Adamastor [canto V].
Ilha dos Amores [cantos IX e X].
Canto V - O Gigante Adamastor
Uma tempestade ameaça a esquadra de Gama, quando ela se aproxima do Cabo das Tormentas. Eis que uma figura gigantesca, horrenda e ameaçadora surge no ar. É Adamastor, que ameaça os portugueses, dizendo-lhes que o preço de haverem descoberto seu segredo seria alto. Profetiza os naufrágios que ocorreriam em suas águas, e os horrores por que passariam os que àquela terra viriam a ter. Vasco interpela o Gigante, perguntando-lhe quem era. Disse ser ele o Tormentório [Cabo das Tormentas]. Muito tempo atrás, apaixonara-se pela bela ninfa [deusa das águas] Tétis, a quem vira um dia sair pela praia em companhia das nereidas [deusas que habitam o mar]. Compreendendo que por ser gigante, feio e disforme, não poderia conquistá-la por meios normais, ameaçou a mãe dela [a deusa Dóris] para que essa lhe entregasse a ninfa. Caso isso não se realizasse, ele a tomaria mediante o uso das armas.
Dóris fez com que a bela Tétis lhe aparecesse nua... E ele, desesperado de desejo, começou a beijar-lhe os lindos olhos, a face e os cabelos.
Mas, aos poucos, percebeu, horrorizado, que, na verdade, estava beijando era um penedo [rochedo] e ele próprio se transformara noutro penedo. Aquela Tétis que ele vira era apenas um 'arranjo' artificial que os deuses prepararam para puni-lo por sua audácia.
Desde então deixou de ser um gigante mitológico e passou a cumprir seu castigo transformado num simples acidente geográfico. Continuava, para aumentar o rigor de sua pena, a contemplar, petrificado, a bela Tétis passeando nua pela praia.
A única maneira que encontrava para desabafar o seu desespero e a sua frustração era destruir, com fantásticas tempestades, os navios que por ele tentavam passar.
37. Porém já cinco sóis eram passados
Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca de outrem navegados,
Prosperamente os ventos assoprando,
Quando uma noite, estando descuidados
Na cortadora proa vigiando,
Uma nuvem, que os ares escurece,
Sobre nossas cabeças aparece.
39. Não acabava, quando uma figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura;
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má e a cor terrena e pálida;
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.
40. Tão grande era de membros, que bem posso
Certificar-te que este era o segundo
De Rodes estranhíssimo Colosso,
Que um dos sete milagres foi do mundo.
Co'um tom de voz nos fala, horrendo e grosso,
Que pareceu sair do mar profundo,
Arrepiam-se as carnes e o cabelo,
A mim e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo!
5ª parte - Epílogo contendo um fecho dramático a respeito da cobiça [estrofes 1046 a 1102]
O poeta se mostra desiludido com a sua Pátria, já antevendo a decadência de Portugal.

↑ ↓ Santo Graal


O SANTO GRAAL O Rei Artur preencheu sua Távola Redonda com os melhores cavaleiros de todo o mundo. Mas, por muitos anos, um lugar permanecia desocupado. Ninguém podia sentar ali e continuar vivendo, quando um cavaleiro viesse reivindicar o Trono Perigoso, os dias da Távola Redonda estariam se aproximando do seu fim. Um dia um cavaleiro apareceu na corte, de armadura vermelha e sem armas. Ele saudou o Rei Artur, caminhou direto para o Trono Perigoso e sentou-se. Os cavaleiros olharam espantados. Mas atrás do jovem cavaleiro apareceu em letras douradas: "Galahad, o Grande Príncipe". - Bem-vindo, disse o Rei Artur. - Por favor, diga-nos quem é você. - Sou Sir Galahad, e minha mãe, Elaine, é a filha do Rei Pelles, o Rei Mutilado. - Já ouvi falar do Rei Pelles, que está no leito em seu castelo de Carbonek. Mas não sabia que tinha um neto. Ainda assim, Sir Galahad, sinto que o conheço. Parece Sir Lancelot, quando jovem. - Isso não é surpreendente, disse Lancelot, - pois ele é meu filho. Naquela noite, enquanto os cavaleiros festejavam, desabou uma tremenda tempestade. Os trovões ribombavam e os relâmpagos inundavam o salão com sua luz. Os cavaleiros silenciaram, e naquele silêncio e naquela luz estranha entrou uma donzela trazendo um cálice coberto com pano branco. E, daquele cálice, ela deu de beber a todos os cavaleiros. Então a donzela partiu, e aquela luz sobrenatural desapareceu. - O que isso pode significar?, perguntou Artur. Sir Galahad respondeu: - Aquele vaso era o Santo Graal. Não descansarei enquanto não o tiver visto descoberto. Os outros cavaleiros concordaram: - Temos de descobrir o Graal, que há tanto tempo está perdido. O Rei Artur relutava em deixá-los partir, pois previa que aquela não seria uma busca comum, e que muitos de seus cavaleiros iriam fraquejar e, talvez, perecer pelo caminho. Ele agora sabia por que Merlin tinha dito que o dia em que o Trono Perigoso fosse ocupado seria o dia em que a Irmandade da Távola Redonda começaria a se desfazer. Mas já que os cavaleiros tinham jurado procurar o Graal, deveriam fazê-lo. Os cavaleiros do Rei Artur partiram em todas as direções, cada qual seguindo seu caminho. Suas aventuras nesta que era a maior de todas as buscas facilmente preencheria um livro inteiro. A maioria dessas histórias fala de cavaleiros que perderam o caminho e se viram envolvidos em lutas e casos amorosos. A busca do Santo Graal não estava destinada para pessoas mundanas como essas, mas apenas para os puros de coração. De todos os cavaleiros da Távola Redonda, três cavalgaram juntos, livres de rivalidades, ganância e ambição, procurando pelo Graal com seus corações e mentes. Era Sir Persival, Sir Bors e Sir Galahad. E atrás deles cavalgava Sir Lancelot, pedindo o perdão de Deus por ter se apaixonado por Guinevere, a rainha de Artur. Sir Persival, Sir Bors e Sir Galahad chegaram à beira do mar e encontraram um navio mágico os esperando. Subiram a bordo, e imediatamente o navio abriu as velas, levando-os ao castelo de Carbonek, onde o avô de Sir Galahad, Rei Pelles, governava um reino arruinado em seu leito de dor. No quarto de dormir do Rei Pelles, a luz estranha e intensa apareceu novamente. Duas donzelas apareceram. A primeira levava o Santo Graal, como antes, mas dessa vez ele estava descoberto, e era evidente que era a fonte da luz. A outra donzela carregava uma lança que parecia derramar sangue em grandes gotas de sua ponta, que a primeira donzela recolhia no Graal. - O que isto significa?, perguntou Sir Galahad. - A lança é a arma que feriu a costela de Nosso Senhor enquanto Ele estava na cruz. A taça éo Santo Graal, no qual foram recolhidas as gotas de Seu sangue que caíam da ferida. Sir Galahad agarrou a lança e tocou o Rei Pelles com a ponta. Imediatamente o rei ficou bom, e seu reino devastado começou a florescer outra vez. Todos foram para a capela e celebraram a Missa, mas dessa vez apenas Sir Galahad viu o Santo Graal a descoberto, pois apenas ele, de todos os cavaleiros da Távola Redonda, era completamente puro de pensamentos e ações. Quando fez isso, pareceu encher-se de luz, até que se uniu a ela. Então ele, as donzelas, a lança e o próprio Graal desapareceram para sempre do mundo dos homens. Sir Bors e Sir Persival saíram da capela e descobriram Sir Lancelot deitado exausto no chão. A força de vontade o havia levado até ali mas, apesar de arrepender-se de todos os seus pecados, não merecia entrar na capela e ver o Graal descoberto, embora fosse o maior cavaleiro de todos os tempos.


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Central do Brasil (Início) A carta



CARTA PESSOAL

O principal a ser dito sobre a apresentação visual de uma carta é que ela deve ser limpa. Todas as cartas devem conter os seguintes elementos: seu endereço, a data em que a carta foi escrita, o texto, uma conclusão e sua assinatura. Certos tipos de carta, especialmente as cartas oficiais, podem conter outros elementos, como referência e o endereço do destinatário. Se possível digiteputador; todas as cartas oficiais

Seu endereço

Se o seu papel de carta não tiver seu endereço no cabeçalho ou rodapé, você terá que colocá-lo.Não se esqueça de colocar seu CEP. Ele pode ser inserido ao lado do nome de sua cidade ou numa linha própria.
As vírgulas e os pontos no final de cada linha já não são mais considerados essenciais. Deixe-os de fora, se você preferir dar ao documento uma apresentação mais simples e direta. Ao se redigirem notas, é muito comum iniciar o documento com a saudação e colocar o endereço do remetente no final da página, geralmente do lado esquerdo.
A data
 Nas cartas pessoais, geralmente se informam o dia e o mês. O ano não é tão importante. Nas cartas oficiais, todavia, você deve colocar o dia, o mês e o ano.Evite formas como 5/6/01 ou 14-2-02, uma vez que as pessoas normalmente não associam meses a números.
A melhor maneira de informar a data numa carta oficial é escrevê-la por extenso: 7 de agosto de 2001. Outra opção é fornecer o dia da semana, em vez de o ano: Sexta-feira, 7 de agosto. Na grande maioria das vezes, a data vem logo depois do endereço. Se o seu papel tiver um cabeçalho impresso, escreva a data no alto alinhado à direita ou à esquerda, de acordo com o estilo de apresentação.
Em bilhetes pessoais, você pode fazer à maneira antiga e colocar a data no final (tal como faria com o endereço) Um bilhete deve limitar-se apenas um dos lados da folha, de modo a sempre facilitar a localização de sua data. Se você usar esse método, coloque a data à esquerda, esteja ela sozinha ou sob o endereço. 

O endereço do destinatário 
 Em cartas oficiais, é uso corrente incluir nome e endereço da pessoa a quem a carta é dirigida. Em cartas pessoais, isso seria considerado formalismo desagradável.
Nas cartas oficiais, coloque o nome e o endereço do destinatário na margem esquerda da folha, a umas poucas linhas abaixo da data. O nome ou cargo do destinatário deve ser sempre incluído, mesmo que seja apenas O Editor ou O Fiscal de Imposto da Receita Federal.  

Referências

 
Este tipo de informação também só é dado em documentos oficiais. Pule uma linha após o endereço do destinatário. É sempre mais simples grudas todas as referências na margem esquerda. Escreva Sua ref., dê algumas espaços e copie a referência contida na correspondência enviada pela companhia ou organização para a qual você está escrevendo. Em vez de Sua ref.; você pode, é claro, colocar algo como Seu pedido nº ou Passaporte nº, ou qualquer outra informação que julgue necessária.
Se quiser colocar sua própria referência, pule uma linha após Sua ref. e escreva Minha/Nossa ref., Nosso trabalho nº, ou o que quer que julgue adequado.


Saudação

 


Esta fica junto à margem esquerda, no mínimo duas linhas abaixo da linha imediatamente anterior a ela.
 
 

O texto

 Arrume seu texto de modo que ele apareça com clareza na página. Faça parágrafos curtos e pule uma linha entre um parágrafo e outro. Por tradição, a primeira palavra de um parágrafo aparecia sempre um tanto recuada da margem esquerda da página. Hoje, todavia, este recuo vem sendo ignorado, por isso é muito importante que não se esqueça de pular ma linha entre um parágrafo e outro.


A conclusão e a assinatura: Ao escrever uma carta de agradecimento oficial, você pode terminá-la com Agradecendo antecipadamente, em vez dos tradicionais Atenciosamente ou Cordialmente, embora seja melhor agradecer no corpo do texto do que no final da carta.

Em cartas pessoais, as escolhas são bem mais amplas, e você pode usar sua imaginação. A conclusão da carta vai depender do tipo de relacionamento que você tem com o destinatário e do tom e da razão da carta. Entre as conclusões tradicionais, usadas em situações gerais, incluem-se: Um abraço, Com muitas saudades, Esperando que tudo esteja bem por aí, Boa sorte e Esperando tornar a vê-la(o) em breve. Elas podem ser usadas sempre que a situação permitir. Em correspondências leves, trocadas entre amigos, pode-se optar por conclusões mais alegres, expansivas e brincalhonas, do tipo Comporto-se, Juízo, Um grande abraço, Um beijo, Abraços e todos etc.
Em cartas para os amigos mais chegados e para a família você pode terminar com: Um abração, Um Beijão etc.

 


Agradecimento ao Professor


Querido Professor,


hoje é o seu dia! Penso que esta é a oportunidade ideal para agradecer por tudo aquilo que o senhor faz por mim, por tudo o que me ensina em aula e, também, por tudo de bom que a sua postura séria, honesta e ética sugere a mim e a todos os meus colegas de classe.Acredito que a sua vida seja bastante complicada, com tantas coisas a ensinar, com tantas provas a corrigir, com toda a preocupação em saber se os seus ensinamentos foram assimilados... creio que sejam poucas as profissões que exijam tanto de alguém como o magistério, pois a sua tarefa não termina quando o sinal sonoro indica o fim da aula, e isso torna a sua função um verdadeiro sacerdócio, não é?Sei que às vezes não sabemos reconhecer o seu esforço e a sua dedicação e, assim, peço-lhe desculpas em meu nome e em nome de meus colegas também. Não é por mal, acredite! Mas, este dia me parece uma boa oportunidade para que todos nós façamos uma promessa para nos comportarmos melhor durante as aulas, para sermos mais atentos, e para retribuirmos a sua dedicação com a nossa dedicação.A gente ouve dizer que a vida do professor é muito sacrificada: muito trabalho, muito estresse, pouco respeito e pouco dinheiro... No entanto, quero que esta cartinha toque o seu coração e a sua mente como uma luzinha no fim do túnel, como uma renovação desta sua esperança latente de que, um dia, finalmente, o mundo saberá reconhecer o valor das suas palavras, da sua abnegada dedicação, do seu árduo, nobre e sagrado trabalho. Eu já estou fazendo isso, acredite!



Com admiração e gratidão,

(assinatura)

sexta-feira, 30 de julho de 2010




INTERTEXTUALIDADE E INTERDISCURSIVIDADE






Não há, portanto, discurso que não se relacione com outros. Num processo contínuo, um dizer aponta para outros dizeres _ “já-ditos” _ que o sustentam, assim como para dizeres futuros. Não há dessa forma, começo absoluto nem ponto final para os discursos. 
Desse modo, para se interpretar um texto, devem-se considerar algumas questões: em que condições sócio-históricas um discurso “x” já se manifestou? Quem o produziu? A quem ou a que se refere?







  .Intertextualidade , é um processo alusivo às diferentes relações que um texto mantém com outros textos. Já a interdiscursividade diz respeito às relações que o texto mantém com sua exterioridade, entendida como condições de produção do discurso.A  intertextualidade aponta para uma origem que se pode identificar (como nos casos de paródias, paráfrases, etc.); a interdiscursividade, ao contrário, faz alusão a dizeres, outros discursos, os quais se encontram dispersos e cuja origem não pode ser identificada. Nas paródias e paráfrases (e processos semelhantes de retomada), os dizeres são facilmente identificáveis. Quando se trata da interdiscursividade, diferentemente, as marcas da sua procedência são “apagadas”, ou seja, não é possível identificar com precisão a origem do texto.

(In: PEREIRA, Aracy Ernst e FUNK, Susana (orgs). A leitura e a escrita como práticas discursivas. Pelotas: Educat)


 

Texto e discurso


 Conjunto de palavras e frases articuladas, escritas sobre qualquer suporte”
Um texto é uma ocorrência lingüística, escrita ou falada de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal. É uma unidade de linguagem em uso.
Um texto pode ser escrito ou oral e, em sentido lato, pode ser também não verbal.
Todo texto tem que ter alguns aspectos formais, ou seja, tem que ter estrutura, elementos que estabelecem relaçao entre si. Dentro dos aspectos formais temos a coesão e a coerência, que dão sentido e forma ao texto. "A coesão textual é a relação, a ligação, a conexão entre as palavras, expressões ou frases do texto” A coerência está relacionada com a compreensão, a interpretação do que se diz ou escreve. Um texto precisa ter sentido, isto é, precisa ter coerência. Embora a coesão não seja condição suficiente para que enunciados se constituam em textos, são os elementos coesivos que dão a eles maior legibilidade e evidenciam as relações entre seus diversos componentes, a coerência depende da coesão.


                                           







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terça-feira, 27 de julho de 2010

Teatro





O teatro  é uma forma de arte em que um ator ou conjunto de atores, interpreta uma história ou atividades para o público em um determinado lugar. Com o auxílio de dramaturgos ou de situações improvisadas, de diretores e técnicos, o espetáculo tem como objectivo apresentar uma situação e despertar sentimentos no público. Teatro é também o termo usado para o local onde há jogos, espectáculos dramáticos, reuniões, apresentações, etc.

(Vista de antigo teatro na Grécia - Antiga cidade de Epidauro (360-350 AC).)


O termo teatro e seus significados

Segundo a Enciclopédia Britannica, a palavra teatro deriva do grego theaomai - olhar com atenção, perceber, contemplar (1990, vol. 28:515). Theaomai não significa ver no sentido comum, mas sim ter uma experiência intensa, envolvente, meditativa, inquiridora, a fim de descobrir o significado mais profundo; uma cuidadosa e deliberada visão que interpreta seu objeto.


O teatro, mais do que ser um local público onde se vê, é o lugar condensado das ambiguidades e paradoxos, onde as coisas são tomadas em mais de um sentido.







Origens da arte teatral




Existem várias teorias sobre a origem do teatro. Segundo Brockett, nenhuma delas pode ser comprovada, pois existem poucas evidencias e mais especulações. Antropologistas ao final do século XIX e no início do XX, elaboraram a hipótese de que este teria surgido a partir dos rituais primitivos (History of Theatre. Allyn e Bacon 1995 pg. 1). Outra hipótese seria o surgimento a partir da contação de histórias, ou se desenvolvido a partir de danças, jogos, imitações. Os rituais na história da humanidade começam por volta de 80.000 anos AC.




O primeiro evento com diálogos registrado foi uma apresentação anual de peças sagradas no Antigo Egito do mito de Osíris e Ísis, por volta de 2500 AC (Staton e Banham 1996 pg. 241), que conta a história da morte e ressurreição de Osíris e a coroação de Horus ( Brockett, pg. 9). A palavra 'teatro' e o conceito de teatro, como algo independente da religião, só surgiram na Grécia de Psístrato (560-510AC), tirano ateniense que estabeleceu uma dinâmica de produção para a tragédia e que possibilitou o desenvolvimento das especificidades dessa modalidade. As representações mais conhecidas e a primeira teorização sobre teatro vieram dos antigos gregos, sendo a primeira obra escrita de que se tem notícia, a Poética de Aristóteles.






Aristóteles afirma que a tragédia surgiu de improvisações feitas pelos chefes dos ditirambos, um hino cantado e dançado em honra a Dioniso, o deus grego da fertilidade e do do vinho. O ditirambo, como descreve Brockett, provavelmente consistia de uma história improvisada cantada pelo líder do coro e um refrão tradicional, cantado pelo coro. Este foi transformado em uma "composição literária" por Arion (625-585AC), o primeiro a registrar por escrito ditirambos e dar a eles títulos.









As formas teatrais orientais foram registradas por volta do ano 1000 AC, com o drama sânscrito do antigo teatro Indu. O que poderíamos considerar como 'teatro chinês' também data da mesma época, enquanto as formas teatrais japonesas Kabuki, Nô e Kyogen têm registros apenas no século XVII DC.









O teatro no Brasil surgiu no século XVI, tendo como motivo a propagação da fé religiosa. Dentre uns poucos autores, destacou-se o padre José de Anchieta, que escreveu alguns autos (antiga composição teatral) que visavam a catequização dos indígenas, bem como a integração entre portugueses, índios e espanhóis. Exemplo disso é o Auto de São Lourenço, escrito em tupi-guarani, português e espanhol.




Um hiato de dois séculos separa a atividade teatral jesuítica da continuidade e desenvolvimento do teatro no Brasil. Isso porque, durante os séculos XVII e XVIII, o país esteve envolvido com seu processo de colonização (enquanto colónia de Portugal) e em batalhas de defesa do território colonial. Foi a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808, que trouxe inegável progresso para o teatro, consolidado pela Independência, em 1822.

O ator João Caetano formou, em 1833, uma companhia brasileira. Seu nome está vinculado a dois acontecimentos fundamentais da história da dramaturgia nacional: a estreia, em 13 de março de 1838, da peça Antônio José ou O Poeta e a Inquisição, de autoria de Gonçalves de Magalhães, a primeira tragédia escrita por um brasileiro e a única de assunto nacional; e, em 4 de outubro de 1838, a estreia da peça O Juiz de Paz na Roça, de autoria de Martins Pena, chamado na época de o "Molière brasileiro", que abriu o filão da comédia de costumes, o gênero mais característico da tradição cênica brasileira.





Gonçalves de Magalhães, ao voltar da Europa em 1867, introduziu no Brasil a influência romântica, que iria nortear escritores, poetas e dramaturgos. Gonçalves Dias (poeta romântico) é um dos mais representativos autores dessa época, e sua peça Leonor de Mendonça teve altos méritos, sendo até hoje representada. Alguns romancistas, como Machado de Assis, Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar, e poetas como Álvares de Azevedo e Castro Alves, também escreveram peças teatrais no século XIX.






O século XX despontou com um sólido teatro de variedades, mescla do varieté francês e das revistas portuguesas. As companhias estrangeiras continuavam a vir ao Brasil, com suas encenações trágicas e suas óperas bem ao gosto refinado da burguesia. O teatro ainda não recebera as influências dos movimentos modernos que pululavam na Europa desde fins do século anterior.








 

Os ecos da modernidade chegaram ao teatro brasileiro na obra de Oswald de Andrade, produzida toda na década de 1930, com destaque para O Rei da Vela, só encenada na década de 1960 por José Celso Martinez Corrêa. É a partir da encenação de Vestido de Noiva, de Nélson Rodrigues, que nasce o moderno teatro brasileiro, não somente do ponto-de-vista da dramaturgia, mas também da encenação, e em pleno Estado Novo.









Surgiram grupos e companhias estáveis de repertório. Os mais significativos, a partir da década de 1940, foram: Os Comediantes, o TBC, o Teatro Oficina, o Teatro de Arena, o Teatro dos Sete, a Companhia Celi-Autran-Carrero, entre outros.







Quando tudo parecia ir bem com o teatro brasileiro, a ditadura militar veio impor a censura prévia a autores e encenadores, levando o teatro a um retrocesso produtivo, mas não criativo. Prova disso é que nunca houve tantos dramaturgos atuando simultaneamente.
Com o fim do regime militar, no início da década de 1980, o teatro tentou recobrar seus rumos e estabelecer novas diretrizes. Surgiram grupos e movimentos de estímulo a uma nova dramaturgia.

sexta-feira, 18 de junho de 2010


Dulcinéia
Quem tu és não importa, nem conheces
O sonho em que nasceu a tua face:
Cristal vazio e mudo.
Do sangue de Quixote te alimentas,
Da alma que nele morre é que recebes
A força de seres tudo. 
  José Saramago



Obras publicadas


Romances
Terra do Pecado, 1947
Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento, 1982
O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
A Jangada de Pedra, 1986
História do Cerco de Lisboa, 1989
O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
Ensaio Sobre a Cegueira, 1995
Todos os Nomes, 1997
A Caverna, 2000
O Homem Duplicado, 2002
Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
As Intermitências da Morte, 2005
A Viagem do Elefante, 2008
Caim, 2009

Peças teatrais

A Noite
Que Farei com Este Livro?
A Segunda Vida de Francisco de Assis
In Nomine Dei
Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido

Contos

Objecto Quase, 1978
Poética dos Cinco Sentidos - O Ouvido, 1979
O Conto da Ilha Desconhecida, 1997

Poemas

Os Poemas Possíveis, 1966
Provavelmente Alegria, 1970
O Ano de 1993, 1975

Crônicas

Deste Mundo e do Outro, 1971
A Bagagem do Viajante, 1973
As Opiniões que o DL Teve, 1974
Os Apontamentos, 1977

Diário e Memórias

Cadernos de Lanzarote (I-V), 1994
As Pequenas Memórias, 2006

Viagens

Viagem a Portugal, 1981

Infantil

A Maior Flor do Mundo, 2001

Premiações

De entre as premiações destacam-se o Prémio Camões (1995) - distinção máxima oferecida aos escritores de língua portuguesa; o Nobel de Literatura (1998) - o primeiro concedido a um escritor de língua portuguesa.